quarta-feira, 24 de junho de 2009

RELATO DE UMA MÃE QUE TEVE SEU FILHO INSERIDO NO PROCESSO SOCIOEDUCATIVO! IVA- DIRETORIA AMAR/DF.

SENTINDO A DOR NA PRÓPRIA PELE
Trabalhava no CAJE – Centro de Atendimento Juvenil Especializado fazia cinco anos e sempre procurei pautar o meu trabalho baseado no cumprimento do meu dever profissional e no respeito aos adolescentes aos seus familiares, não saberia dizer exatamente o porquê, mas sempre acreditei que não estava trabalhando ali por acaso e que Deus havia reservado uma missão específica para mim naquele lugar. Muito embora ainda não soubesse o que Deus queria exatamente de mim. Comecei a compreender essa missão numa tarde de quarta feira em que estava de plantão e o telefone tocou, era da DCA. Delegacia da criança e adolescente. Disseram que o meu filho estava preso e que eu precisava comparecer urgentemente à Delegacia. Foi muito difícil pra eu ter que ir a ali dessa vez na condição de mãe do adolescente infrator, e depara-me com aquela cena tão cotidiana do meu trabalho. Mas dessa vez tão chocante, pois se tratava do MEU FILHO! Ele estava algemado, triste e cabisbaixo. Eu estava acostumada ver aquela cena quase que diariamente, mas não com o meu filho! Faltou-me terra firme nos meus pés, o meu mundo parecia está desabando, embora soubesse que necessitava ser forte naquele momento foi impossível conter as lágrimas e o choro. Veio à tona o sentimento de culpa e a indagação onde foi que eu errei?
Estava casada a mais de 20 anos, na época, e embora soubesse dos valores morais a cerca da honestidade, da dignidade que sempre norteou a vida da nossa família e da formação moral e religiosa que sempre procurei passar a cada um dos meus filhos, naquele momento era como se tudo isso houvesse falhado, senti-me incapaz de continuar trabalhando no CAJE, a sensação era de total impotência. Pois me indagava: se não dei conta de cuidar do meu próprio filho, como vou ser capaz de fazer algo por esses adolescentes? Foi esse o primeiro pensamento que me veio à cabeça. Sentimento esse mais tarde compartilhado com o meu chefe que me deu muita força naquele momento difícil e crucial. Falei com ele das minhas dúvidas, medos e incertezas, disse-lhe que não tinha mais condições psicológicas e moral de continuar trabalhando naquele lugar. Pedi a minha transferência, ou então que ele me colocasse a disposição da Secretaria a qual sou vinculada, pois eu não me sentia capaz de trabalhar ali. Mas o meu chefe me interrompeu e dizendo: “Que você não tenha condições psicológicas para trabalhar aqui eu até compreendo, mas dizer que não tem condições moral não aceito isso! Todos nós aqui te conhecemos e sabemos que se o seu filho veio parar aqui não é culpa sua!”
Essa foi a primeira das cinco passagens dele pela instituição. Depois que ele saiu de lá procurei ajuda profissional, governamental em vão em todos os lugares que se possa imaginar, mas não obtive êxito, pois os processos eram lentos e burocráticos. Enquanto isso ele continuava sua escalada no cometimento de atos infracionais, fazia as piores besteiras em nome da droga e do grupo no qual estava inserido. Até que finalmente recebeu uma internação por prazo indeterminado. Ele ficou um ano e sete meses internado no CAJE. Foram os dias mais terríveis e difíceis de toda a minha vida. E eu que já estava vivenciando um processo depressivo e de estrees relacionado ao trabalho, cai numa profunda depressão e angustia. Pois sendo eu conhecedora das rebeliões que aconteciam no CAJE, dos constantes casos de mortes naquela época, dos suicídios que acontecia naquele lugar, entre outros detalhes, eu passava as noites pensando em como ele estaria naquele momento? Será que estava com frio? Será que estava sendo ameaçado por outros adolescentes? Eram inúmeras perguntas sem respostas. Os médicos vendo todo o meu sofrimento decidiram por me afastar do CAJE, primeiro com longos períodos de licenças médicas e depois me afastaram definitivamente me transferindo para outra unidade. Mesmo assim eu continuava passando noites sem dormir, e o pouco que conseguia dormir tinha pesadelos terríveis, outras vezes acordava no meio da noite chorando pensando nele, todas as noites antes de dormir eu pedia a Deus que o meu filho amanhecesse vivo no dia seguinte. Havia alguns dias que queria fugir daquela realidade tomava altas doses de tranqüilizantes para dormir, às vezes exagerava na dose o que resultava na minha internação hospitalar. Tentei contra minha própria vida, foram ao todo seis tentativas de suicídio, tamanho era o meu desespero emocional.
A essa altura já não tinha mais a visão da funcionária que estava ali somente para cumprir seu horário de trabalho sem querer se envolver nas causas sociais ou nas chateações que uma tentativa de mudança no paradigma institucional poderia acarretar. Agora eu era a mãe, que enxergava além dos muros da instituição, era a usuária do serviço, e como toda cidadã que pagava impostos queria falar da minha insatisfação com um sistema, que a meu ver não estava ressocializando ninguém. Eu havia prometido a mim mesma que meu filho sairia dali ressocializado, sendo alguém melhor para ele mesmo e para a sociedade, algo precisaria ser mudado!
Percebi uma necessidade enorme na capacitação de alguns servidores, que embora não fossem culpados por um sistema deficiente, tinham uma visão limitada, como eu já havia tido um dia. Eu achava que os adolescentes do CAJE tinham boa vida, pois tinham escola, psicólogo, dentista, médico, piscina, cinco refeições diária. Mas de repente percebi que tudo aquilo funcionava de maneira muito precária e não conseguia atender a todos de maneira satisfatória.
Eu já conseguia ver a problemática que vai além do saber profissional. Mas parecia que o fato de ser funcionária da instituição, pesava mais em mim do que em qualquer outra mãe de interno. Todas as vezes que demonstrava a minha insatisfação isso era visto como uma afronta institucional e era encaminhado um relatório de ocorrência meu a Vara da Infância e Juventude – VIJ. Era como se eu estivesse sentenciada junto com meu filho, às vezes tinha a impressão que pelo fato de eu ser conhecedora das dificuldades que a instituição passava algumas pessoas achavam que eu tinha a obrigação de compreender e aceitar passivamente as falhas de um sistema que era precário no seu funcionamento, que não ressocializava ninguém, e não precisava ser nenhuma especialista para saber disso, mas alguns pareciam querer tampar o sol com a peneira, fingir que nada disso existia, aceitar tudo como estava. Inclusive eu enquanto somente servidora também já havia adotado essa postura um dia.
Mas como mãe sentir o desejo que tudo fosse diferente, eu não poderia mais me calar, omitir. E essa foi a postura que adotei no segundo momento, quando resolvi ir à luta e não ficar somente lamentando e chorando as minhas dores. O meu filho e mais ou menos 100 adolescentes da instituição não estudavam naquela época, tinha seus direitos mais básicos negligenciado por diversos fatores que se instalavam na instituição, entre eles a superlotação. Tudo que eu mais desejava era cumprimento efetivo do Estatuto da Criança e adolescente - ECA. Parecia simples, mas não era.
Troquei a vergonha inicial que me paralisava pelo desejo de ao menos sonhar com CAJE melhor e mais digno para todos, sabia que meu filho não iria usufruir dele, tinha consciência que esse é um processo lento e gradativo que somente as gerações futuras iriam usufruir, mas entendi que algo precisaria ser feito. Logo descobrir o poder da sociedade civil organizada, juntei-me com outras mães, pais, estudantes universitários, profissionais liberais, uma advogada, promotores da VIJ que nos apoiaram parlamentares entre outros profissionais que doaram seu tempo e disposição e assim nasceu em Brasília, a Associação de Mães e Amigos dos Adolescentes em situação de Risco – AMAR/DF. E juntamente com outros Órgãos de Defesa e Proteção à criança e ao adolescente começamos nos unir para tentarmos mudar o rumo da história daquela instituição.
Reuníamos semanalmente com a direção do CAJE, levávamos sugestões de mudanças, reclamações dos adolescentes e familiares, reuníamos com o Ministério publico, com o Juiz da Vara da Infância e Juventude, Defensoria, fizemos inúmeras articulações com outros órgãos de defesa do direito da criança e adolescentes. Uma das maiores vitórias, enquanto Associação, enquanto Associação foi entregarmos, conjuntamente com o Fórum de entidades de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente do DF e a AMAR o Dossiê CAJE ao Secretario do conselho de Defesa dos Direitos de Defesa da Pessoa humana (CDDPH). A partir da entrega desse relatório foi instaurada uma Comissão Especial, na qual em nome da AMAR fui a representante das mães dos adolescentes na comissão inicial que resultou no pedido intervenção Federal no CAJE.
Ousaria a dizer que o CAJE nunca mais foi o mesmo, sei que ainda está longe do modelo ideal, mas muita coisa mudou de lá pra cá.
A minha visão também mudou bastante, ampliei meu modo limitado de ver a vida e o meu trabalho, pois fui obrigada a aprender a luz da experiência e da dor. Uma mudança interior iniciou na minha vida e na vida da minha família. Precisei passar por várias terapias de ajuda, até compreender o processo que se passava dentro de mim, conseguir captar o processo de mudança interna, depois de longos anos de terapia e tratamento médico hoje é impossível ver tudo isso com indiferença, tenho uma visão mais ampliada, pois conheço a dor e o de sabor de ter um filho internado numa instituição de internação. Conheci de perto e pude vivenciar a triste e às vezes solitária peregrinação de acompanhar passo a passo cada etapa do cumprimento de uma medida sócio educativa que de certa forma nós mães e alguns poucos pais também somos penalizados. Vivi todas as suas conseqüências.
E para eu que sou funcionária da instituição foi ainda mais danoso, pois estive a beira de uma sindicância administrativa por que alguém achou que eu estava cobrando demais, incomodando demais por que ousei a sonhar e lutar pela mudança. Mas graças a Deus não puderam seguir em frente com a tal sindicância, pois a comissão de sindicância entendeu que: “DENUNCIAR VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS É DEVER DE TODO SERVIDOR PÚBLICO”. Esse foi o texto final da comissão que deu por arquivado o processo de sindicância.
Recordo-me que certa vez conversando com um psicólogo que atendia meu filho na instituição ele disse: “Você ainda vai agradecer muito a Deus por tudo isso que está acontecendo.” Naquele dia, eu ainda não havia compreendido a dimensão do aprender à luz da experiência e discordei veementemente do que ele havia falado. E disse que Jamais poderia agradecer a Deus por algo tão ruim e traumatizante que estava acontecendo na minha vida e na de toda minha família! Hoje olhando para trás, vendo tudo que aprendi nessa escalada profissional e pessoal e para o aprendizado que veio com todo esse sofrimento, já consigo agradecer imensamente a Deus por ter permitido que tudo isso tenha acontecido para minha evolução como ser humano, pois passar por tudo isso certamente me fez um ser humano melhor, agradeço a Deus por me proporcionar a chance de como profissional viver os dois lados da moeda, como mãe de interno e como funcionária, isso me deu uma base e uma experiência profissional que mesmo em 30 anos de trabalho não conseguiria entender certos processos e situações que só compreendi quando vivenciei e sentir a dor na própria pele.
Agradeço a Deus por ter feito do meu filho instrumento para unir nossa família, que já estava aos poucos se desestruturando. Hoje o meu filho se encontra junto ao Senhor, mas tenho certeza que um dia nos encontraremos na eternidade. Alguns meses antes do seu falecimento ele estava freqüentando uma igreja evangélica e tenho certeza absoluta que morreu na presença do Senhor Jesus e ainda foi instrumento para levar toda a família até Deus, além de outros milhares de pessoas que leram uma carta que ele me escreveu uma semana antes do seu falecimento. Essa carta circula em várias igrejas e encontros para jovens. De certa maneira ele conseguiu colocar final feliz nessa história triste.
IVA- DIRETORIA AMAR/DF

terça-feira, 23 de junho de 2009

Redução da maioridade penal ? Desembargador Edson Smaniotto.

Não é o que presenciamos hoje, na discussão da redução da maioridade penal, como se na faixa etária dos 16 aos 18 anos se manifestasse a grande questão da criminalidade do País. É preciso reconhecer que os menores, de todas as idades, já estão sendo punidos nas instituições em que se encontram não passando de sofisma a diferença As Leis Penais devem provir do espírito calmo e refletido do Legislador. entre pena privativa de liberdade que é imposta aos adultos e a medida socioeducativa a que se submetem os menores infratores. A privação da liberdade é a mesma, sendo, em alguns casos, ainda mais gravosa a situação do menor a quem não se destina progressão prisional. Não bastam leis mais duras sem que se construam estabelecimentos em condições de receber os condenados ou infratores. O Brasil ainda não tornou efetiva a reforma penal de 1984; sequer conhecemos as colônias agrícolas ou industriais de que nos fala o Código. Casa do Albergado, uma ou outra pelo Distrito Federal, nas satélites, em números desprezíveis. Não há vagas. Neste caso, a progressão prisional de quem se encontrar no regime fechado far-se-á aos saltos, imediatamente para a?Prisão domiciliar? Que significa um non sense em termos de critério punitivo. Seria melhor que a sociedade estivesse mobilizada para viver a experiência da Lei de 1984 que sequer chegou a ser incrementada. Nenhum sistema penitenciário serve adequadamente à sociedade se não contiver a expectativa da emenda, da conversão ao bem do condenado ou infrator.
PUBLICADO NO SITE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITORIOS. www.tjdft.jus.br

DIRETORIA AMAR-DF.

Aldaiza de Souza Silva
Marilucia Cardoso de Novais

MAIORIDADE CIVIL E PENAL!!!

Maioridade civil e penal não extingue medida socioeducativa
Por maioria dos votos, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou Habeas Corpus (HC 97539) impetrado pela Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro que pretendia extinguir a medida socioeducativa de semiliberdade imposta a um menor, à época da infração. Atualmente, ao ter completado 18 anos, ele atingiu a maioridade civil e penal.
De acordo com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), questionada no HC, o ministro Carlos Ayres Britto (relator) afirmou que para a aplicação das medidas socioeducativas, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “leva-se em consideração apenas a idade do menor ao tempo do fato, sendo irrelevante a circunstância de atingir, o adolescente, a maioridade civil ou penal durante o seu cumprimento”. Ele completou ressaltando que a execução da medida pode ocorrer até que o autor do ato infracional complete 21 anos.
Ao final, salientou que o fundamento da decisão é a prevalência da legislação especial (ECA) sobre a legislação comum (Código Civil). Por essas razões, o relator negou o pedido de habeas corpus, sendo seguido pela maioria dos votos. Vencido o ministro Marco Aurélio, ao entender que o limite para aplicação atual do ECA são os 18 anos de idade.

EXPLORAÇÃO SEXUAL!!! MENINAS ABANDONAM A ESCOLA E A FAMÍLIA PARA SE PROSTITUIR NAS RODOVIAS!

Meninas abandonam escola e família para se prostituir nas rodovias
A cada três dias, em média, patrulheiros resgatam uma criança ou adolescente em situação de risco em trechos de rodovias federais que cortam o DF e o Entorno. São meninos e meninas de até 10 anos, expostos a todo tipo de exploração. A maioria fica à beira de uma BR para oferecer o corpo em troca de míseros reais. Somente no ano passado, 124 acabaram flagrados à margem da estrada, dentro de carro, boleia de caminhão, motel ou prostíbulo.
A exploração de crianças e adolescentes está concentrada nos trechos das BRs 040 (Brasília-Rio de Janeiro), 060 (Brasília-Goiânia) e 070 (Brasília-Pirenópolis) que passam pelos municípios goianos de Abadiânia, Águas Lindas, Anápolis, Luziânia e Valparaíso. Duas equipes do Correio percorreram a rota da prostituição infantil (veja mapa) na semana passada e flagraram meninas se exibindo a motoristas e entrando acompanhadas de adultos em veículos e casas noturnas.
Os repórteres também presenciaram a ação de integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Vara da Infância e da Juventude nos arredores de Anápolis, onde o cruzamento de três BRs tornou-se um atrativo à construção de motéis e bordéis e à conseqüente concentração de meninas prostitutas. O combate conjunto e constante resultou em 26 flagrantes e no resgate de 31 crianças e adolescentes somente naquela região, desde janeiro do ano passado.
Já no Entorno Sul, em cidades goianas limítrofes do DF, como Valparaíso e Novo Gama, policiais rodoviários encontraram 92 meninos e meninas em situação de exploração sexual durante sete operações realizadas em 2008. A maioria das vítimas usa como pretexto, pedidos de carona aos motoristas. Identificados pelos patrulheiros, são encaminhadas aos conselhos tutelares das cidades mais próximas. Mas boa parte sequer tem documento de identidade.
Realidade ainda pior
O levantamento dos flagrantes e pontos críticos, feito com base em dados das delegacias da PRF em Goiás e no DF, dá uma pequena dimensão da realidade de jovens moradores da periferia das cidades vizinhas à capital da República. As autoridades admitem que os números são bem maiores, pois o pequeno contingente da PRF, a falta de entrosamento com órgãos do Judiciário e a forte organização de uma rede criminosa que fatura alto com a prostituição infantil impedem o combate mais eficaz.
Para a secretária executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Criança e Adolescente, Neide Castanha, o número de meninas encaminhadas pela PRF aos conselhos tutelares goianos é alarmante. “Os dados são surpreendentes e assustadores. Até porque o número que aparece é sempre menor que a realidade. Temos bordel a céu aberto”, afirma. “A rodovia é perfeita para a exploração porque é propícia à clandestinidade e está mais distante dos olhares das autoridades”, alerta. Em todo o estado de Goiás, a PRF flagrou 169 crianças e adolescentes em provável condição de prostituição nos trechos das rodovias federais que cortam o estado, de janeiro de 2008 a abril de 2009. Mais da metade das vítimas de exploração tinha entre 15 e 17 anos. Dos 119 meninos e meninas flagrados na prostituição em Goiás no ano passado, 28 — 23,5% — tinham 11 anos.

Em 30 de março, por exemplo, cinco adolescentes foram apreendidos pela PRF em situação de risco em menos de 24 horas. Quatro casos ocorreram na BR-060, perto de Anápolis. No Km 080, uma menina de 13 anos e um homem de 30 comprava bebidas para levar a uma fazenda. A 16 km dali, foram apreendidos dois meninos, de 8 e 10 anos, que viajavam em um caminhão e alegaram que o motorista seria o pai. Os patrulheiros descobriram que as crianças não tinham parentesco com o homem e seriam levadas para trabalhar em outra cidade goiana.
Juiz vestido de fiscal
Na região de Anápolis, a 160 km de Brasília, policiais rodoviários e comissários da infância se encontram a cada 15 dias para uma blitz em motéis, bares e bordéis à beira das três rodovias que cruzam a cidade de 320 mil habitantes (BR-060, BR-414, BR-153). As operações em conjunto começaram em 2006. “Na época, era só irmos à estrada para fazer flagrantes. Eram vários por dia. Com o passar do tempo, eles foram diminuindo. Daremos-nos por satisfeitos quando não encontrarmos nenhuma menina em situação de risco”, comentou o juiz Carlos Limongi, da Vara da Infância e da Juventude de Anápolis.
Pai de uma menina de três anos e um menino de 10, o magistrado participa de muitas operações. Quando isso ocorre, em vez do terno e da gravata, veste o colete preto e se mistura aos comissários para dar respaldo à fiscalização. “Gosto de ir junto para apoiá-los e identificar alguma falha”, explica Limongi. A participação dele é elogiada pelos patrulheiros. “É um juiz presente e atuante. Quando precisamos, ele emite logo mandados de busca e apreensão, por exemplo. Isso facilita e respalda nossas ações”, observou o inspetor Júlio César Ferreira, chefe da delegacia da PRF em Anápolis.
Essas operações também são acompanhadas por representantes do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas), do governo federal. “É um trabalho árduo, mas que tem dado resultado. Hoje, somos bem recebidos pelos donos de motéis, que têm seguido a orientação de pedir a identidade de todos os clientes”, destaca Andréa Lins, socióloga do Creas em Anápolis.
Andréa, no entanto, não se esquece de cada caso de violência sexual que presenciou. O pior, segundo ela, envolveu uma menina de 12 anos, flagrada no motel mais caro da cidade, à margem da BR-060, com um homem com mais de 40 anos e casado. “E ela era amiguinha da filha dele”, ressalta.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

AMAR-Associação de mães e amigos da criança e adolescente em risco
01 Titulo do projeto
O PROTAGONISMO DAS MÃES NO COMBATE A VIOLÊNCIA INSTITUCIO-
NAL NAS UNIDADES DE INTERNAÇÃO
2) O seu projeto é individual ou institucional?
Projeto Institucional.
3) Qual é o nome e a missão da sua organização?
Nome: Associação de Mães e Amigos de Criança e Adolescente em risco
Missão: Garantir e ampliar a participação da comunidade e de familiares de adolescentes no processo de cumprimento de medidas sócio-educativas como forma de controle social e combate a violência institucional dentro da unidade de internação, fazendo cumprir as determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, aumentando as chances de reinserção do jovem na sociedade e diminuindo as taxas de reincidência.
Cidadania:
Falar de cidadania é bastante complexo, pois abrange direitos e deveres.
Sendo assim, a cidadania nos mostra como esse valor esta sempre em construção sempre se renovando. Se analisarmos desde os tempos passados vamos notar que há uma mudança significativamente e,que essa foi uma jornada árdua e que nem sempre alcançando êxito, mas que caminhou lado a lado com as lutas desde a colonização até os nossos dias atuais.
O exercício da cidadania esta ligado diretamente na atuação e participação em direitos e deveres, como também em ter os mesmos, sendo eles direito civis sociais e políticos. Uma vez que, a luta da sociedade desde a colonização foi em busca desses objetivos e, para que isso acontecesse esforços não foram medidos de forma alguma, já que aqueles que derramaram lágrimas e sangue, deixando sonhos durante o percurso de suas lutas não foram esquecidos por completo, mas relembrados ao falar de cidadania. A cidadania que vivemos hoje é fruto de lutas, conquistas e perdas. E uma conquista que retrata bem o progresso de cidadania é a constituição brasileira, pois a mesma vem de um processo onde nem mesmo as mulheres e negros tinha suas participações ativas na vida social e política. A constituição Brasileira fala muito bem do cumprimento de uma cidadania plena, contudo ainda é necessário ações de fato. Porém é preciso ressaltar que muito já foi feito, pois existe um resgate, de certa forma, de Cidadãos Brasileiros vitimas da impessoalidade.
Muitas vezes a sociedade civil tem estado em uma posição estática ao seu papel de atuação política e social; Pois isso também reflete em cidadania plena; quando na verdade o que tem sido percebido é uma mera participação da sociedade em alguns acontecimentos sociais.
Acredito que participar do exercício político, civil e social tem que ser analisado como dever, e não apenas como direito; pois somente dessa forma é que a sociedade civil alcançara a cidadania plena.
Afinal, o que temos visto são posturas de governantes engabelando a sociedade, declarando que obras de urbanização, infra-estrutura, educação, rodovias duplicadas, viadutos, BR 0K e demais melhorias é cidadania. Não que não seja só que isso não abrange nem o inicio do que de fato é cidadania.



Diretoria AMAR-DF- Lúcia


Juntas em busca de um mesmo objetivo...


MÃES DE RECIFE SE REUNEM PARA OS ULTIMOS AJUSTES DA AMAR-PE


Ciago tem novo Diretor
(02/03/2010 - 17:15)

O Centro de Internação de Adolescentes Granja das Oliveiras (Ciago), sistema socioeducativo da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus), tem novo diretor. Aldi Roldão, mestre em psicologia, servidor de carreira da Policia Civil e presidente do Conselho de Política sobre Drogas do Distrito Federal (Conen) foi nomeado, nesta terça-feira (02/03), para coordenar o Ciago, na transição de formação dos novos quadros de servidores. A Sejus espera dar posse aos novos servidores até o mês de julho.

Aldi Roldão, desde agosto de 2009, apoiava na área de combate às drogas e ao fumo os Centros de Ressocialização do DF (Caje I e II, Ciap e Ciago), como presidente do Conen. Ele também é colaborador de grupos de Alcoólicos Anônimos e de Amor-Exigente – um movimento de apoio às famílias de dependentes químicos e tem o título de amigo do Al-Anon - grupo de ajuda mútua para familiares de alcoólicos. Com 38 anos, casado e pai de três filhos, Aldi Roldão tem vasta experiência como assessor de Comunidades Terapêuticas (Tratamento de Dependentes Químicos). Roldão também participou e organizou o Programa de Recuperação de Dependentes Químicos da Polícia Militar e da Polícia Civil do Distrito Federal.


SEJUS DF

Presidente Nacional da AMAR - Conceição Paganelli


Conceição Paganelli e Lúcia Dantas em visita ao Centro Integrado da Criança e do Adolescente em Recife - PE.